Encontrados vestígios de murada do Rio
Encontrados vestígios de murada do Rio
Paredão de dois metros de altura por 30 de extensão teria protegido a cidade de ataques no século XVIII
A preocupação com a segurança está intimamente associada à história do Rio. E um dos vestígios mais antigos deste cuidado com a proteção pode ter sido identificado há duas semanas pelo historiador Milton Teixeira, como noticiou ontem a coluna Gente Boa. No alto do Morro da Conceição, na Saúde, ele encontrou uma murada de dois metros de altura por 30 de extensão, construída em cal e óleo de baleia. O paredão, onde ainda hoje há muitas conchas incrustadas, teria sido construído por volta de 1713 e fazia parte de um projeto que cercaria todo o Rio do século XVIII.
- Está em bom estado de conservação, incluindo o sistema de escoamento de água. Estou muito emocionado de saber que o Rio guarda parte do seu sistema defensivo, ao contrário do que disse, há mais de 200 anos, o historiador Monsenhor Pizarro. Ele contava que toda esta murada havia sido posta abaixo - disse Milton.
Aterro destruiu parte da construção
O historiador contou que fez a descoberta ao se deparar com uma planta da cidade de 1750, desenhada por André Vaz Figueira, na mapoteca do Palácio Itamaraty. O pedaço da muro fica bem ao lado do antigo Palácio Episcopal, dentro da área que abriga a 5 ª Divisão de Levantamento da Diretoria de Serviços Geográficos do Ministério do Exército. Uma parte sumiu por conta do aterro que foi feito na região.
- Se realmente for o muro que protegia a cidade, ele está bem guardado. Todas as obras feitas aqui dento têm que contar com a autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Já havia uma suspeita por parte de profissionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro que estiverem por aqui, mas, na época, não contavam com autorização para entrar - explicou o capitão Roberto Gomes.
Segundo Milton, a construção do muro deu-se por conta do ataque de piratas franceses, em 1710. No ano seguinte, o Rio foi novamente tomado por eles, comandados pelo corsário Duguay Trouin. Desta vez, os franceses permaneceram mais do que três semanas na cidade. Residências foram assaltadas, prédios públicos destruídos, casebres incendiados e igrejas pilhadas. O historiador conta ainda que a muralha nunca foi concluída porque passou a ser um empecilho ao desenvolvimento da cidade, que já ultrapassava suas fronteiras.
Chafariz de 1.817 oculto pelo abandono
Peça está coberta de infiltrações
Se os vestígios da antiga murada do Rio de Janeiro têm a proteção do Ministério do Exército, monumentos que fazem parte do Rio de Janeiro da época do Brasil-Colônia não contam com a mesma sorte. Um dos exemplos do descaso das autoridades com os monumentos históricos da cidade é o Chafariz Paulo Fernandes, que fica na Rua Frei Caneca, ao lado do número 185, em frente ao 1º Batalhão da Polícia Militar.
Construída em 1817, a imponência e a importância do monumento estão ocultas por conta do mau estado de conservação. A obra utilitária, formada por um tanque em cantaria com cinco bicas, está com as paredes descascadas e coberta por infiltrações e pichações.
Matéria de Jacqueline Costa publicada no jornal O Globo de 24 de janeiro de 2007
Paredão de dois metros de altura por 30 de extensão teria protegido a cidade de ataques no século XVIII
A preocupação com a segurança está intimamente associada à história do Rio. E um dos vestígios mais antigos deste cuidado com a proteção pode ter sido identificado há duas semanas pelo historiador Milton Teixeira, como noticiou ontem a coluna Gente Boa. No alto do Morro da Conceição, na Saúde, ele encontrou uma murada de dois metros de altura por 30 de extensão, construída em cal e óleo de baleia. O paredão, onde ainda hoje há muitas conchas incrustadas, teria sido construído por volta de 1713 e fazia parte de um projeto que cercaria todo o Rio do século XVIII.
- Está em bom estado de conservação, incluindo o sistema de escoamento de água. Estou muito emocionado de saber que o Rio guarda parte do seu sistema defensivo, ao contrário do que disse, há mais de 200 anos, o historiador Monsenhor Pizarro. Ele contava que toda esta murada havia sido posta abaixo - disse Milton.
Aterro destruiu parte da construção
O historiador contou que fez a descoberta ao se deparar com uma planta da cidade de 1750, desenhada por André Vaz Figueira, na mapoteca do Palácio Itamaraty. O pedaço da muro fica bem ao lado do antigo Palácio Episcopal, dentro da área que abriga a 5 ª Divisão de Levantamento da Diretoria de Serviços Geográficos do Ministério do Exército. Uma parte sumiu por conta do aterro que foi feito na região.
- Se realmente for o muro que protegia a cidade, ele está bem guardado. Todas as obras feitas aqui dento têm que contar com a autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Já havia uma suspeita por parte de profissionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro que estiverem por aqui, mas, na época, não contavam com autorização para entrar - explicou o capitão Roberto Gomes.
Segundo Milton, a construção do muro deu-se por conta do ataque de piratas franceses, em 1710. No ano seguinte, o Rio foi novamente tomado por eles, comandados pelo corsário Duguay Trouin. Desta vez, os franceses permaneceram mais do que três semanas na cidade. Residências foram assaltadas, prédios públicos destruídos, casebres incendiados e igrejas pilhadas. O historiador conta ainda que a muralha nunca foi concluída porque passou a ser um empecilho ao desenvolvimento da cidade, que já ultrapassava suas fronteiras.
Chafariz de 1.817 oculto pelo abandono
Peça está coberta de infiltrações
Se os vestígios da antiga murada do Rio de Janeiro têm a proteção do Ministério do Exército, monumentos que fazem parte do Rio de Janeiro da época do Brasil-Colônia não contam com a mesma sorte. Um dos exemplos do descaso das autoridades com os monumentos históricos da cidade é o Chafariz Paulo Fernandes, que fica na Rua Frei Caneca, ao lado do número 185, em frente ao 1º Batalhão da Polícia Militar.
Construída em 1817, a imponência e a importância do monumento estão ocultas por conta do mau estado de conservação. A obra utilitária, formada por um tanque em cantaria com cinco bicas, está com as paredes descascadas e coberta por infiltrações e pichações.
Matéria de Jacqueline Costa publicada no jornal O Globo de 24 de janeiro de 2007
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