23 outubro 2006

14 bis

11 outubro 2006

Caçador de Passarinho


Um Portinari para o acervo do MNBA
Museu ganha o quadro "Caçador de passarinho", apreendido pela Receita



O Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) recebeu ontem a obra de arte "Caçador de passarinho" (1958), óleo sobre madeira de Candido Portinari, que passa a fazer parte do acervo da instituição e ficará em exposição numa sala especial até dezembro deste ano, quando será inaugurada a galeria dos séculos XX e XXI, da qual a pintura fará parte. A obra foi doada pela Receita Federal, que a encontrou num lote apreendido no Porto de Santos em dezembro de 2005, junto com automóveis e motos.

-- Foi uma carga vinda de Miami, com uma falsa declaração de que continha produtos químicos, e importada por uma pessoa jurídica - explicou o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, durante a cerimônia de doação da obra.

Segundo a diretora do MNBA, Mônica Xexéo, havia registros da tela somente até 2001. O museu receberá, ainda este ano, outra pintura de Portinari, "Retrato de Antônio Grellet" (1924), doada por seu sobrinho José Paulo Portinari e a viúva dele, Nylsa Portinari. Com isto, o museu passará a ter nove obras do artista. O MNBA recebeu ainda uma doação de uma marinha de Pancetti, da colecionadora Ana Maria de Almeida. Essas obras também farão parte da nova galeria do MNBA, que terá um espaço de 1.800 metros quadrados e será inaugurada com a fachada principal e as duas cúpulas restauradas.

-- Esssas doações fortalecem a missão institucional do museu, que tem visibilidade nacional, e a preservação da memória de Portinari - afirmou o ministro Gil, referindo-se ao fato de o artista ter estudado no prédio do museu, que sediou a Escola Nacional de Belas Artes.

Para a diretora cultural do Projeto Portinari, Suely Avellar, que estava na cerimônia representando o filho do pintor, João Candido Portinari, é importante que cada novo colecionador que adquira uma obra do artista comunique ao Projeto Portinari, responsável pela catalogação de cerca de cinco mil obras e 30 mil documentos relacionados a elas.

Matéria de Suzana Velasco publicada no Jornal O Globo em 10/10/2006