30 janeiro 2007

Encontrados vestígios de murada do Rio

Encontrados vestígios de murada do Rio
Paredão de dois metros de altura por 30 de extensão teria protegido a cidade de ataques no século XVIII



A preocupação com a segurança está intimamente associada à história do Rio. E um dos vestígios mais antigos deste cuidado com a proteção pode ter sido identificado há duas semanas pelo historiador Milton Teixeira, como noticiou ontem a coluna Gente Boa. No alto do Morro da Conceição, na Saúde, ele encontrou uma murada de dois metros de altura por 30 de extensão, construída em cal e óleo de baleia. O paredão, onde ainda hoje há muitas conchas incrustadas, teria sido construído por volta de 1713 e fazia parte de um projeto que cercaria todo o Rio do século XVIII.

- Está em bom estado de conservação, incluindo o sistema de escoamento de água. Estou muito emocionado de saber que o Rio guarda parte do seu sistema defensivo, ao contrário do que disse, há mais de 200 anos, o historiador Monsenhor Pizarro. Ele contava que toda esta murada havia sido posta abaixo - disse Milton.


Aterro destruiu parte da construção


O historiador contou que fez a descoberta ao se deparar com uma planta da cidade de 1750, desenhada por André Vaz Figueira, na mapoteca do Palácio Itamaraty. O pedaço da muro fica bem ao lado do antigo Palácio Episcopal, dentro da área que abriga a 5 ª Divisão de Levantamento da Diretoria de Serviços Geográficos do Ministério do Exército. Uma parte sumiu por conta do aterro que foi feito na região.

- Se realmente for o muro que protegia a cidade, ele está bem guardado. Todas as obras feitas aqui dento têm que contar com a autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Já havia uma suspeita por parte de profissionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro que estiverem por aqui, mas, na época, não contavam com autorização para entrar - explicou o capitão Roberto Gomes.

Segundo Milton, a construção do muro deu-se por conta do ataque de piratas franceses, em 1710. No ano seguinte, o Rio foi novamente tomado por eles, comandados pelo corsário Duguay Trouin. Desta vez, os franceses permaneceram mais do que três semanas na cidade. Residências foram assaltadas, prédios públicos destruídos, casebres incendiados e igrejas pilhadas. O historiador conta ainda que a muralha nunca foi concluída porque passou a ser um empecilho ao desenvolvimento da cidade, que já ultrapassava suas fronteiras.


Chafariz de 1.817 oculto pelo abandono
Peça está coberta de infiltrações


Se os vestígios da antiga murada do Rio de Janeiro têm a proteção do Ministério do Exército, monumentos que fazem parte do Rio de Janeiro da época do Brasil-Colônia não contam com a mesma sorte. Um dos exemplos do descaso das autoridades com os monumentos históricos da cidade é o Chafariz Paulo Fernandes, que fica na Rua Frei Caneca, ao lado do número 185, em frente ao 1º Batalhão da Polícia Militar.

Construída em 1817, a imponência e a importância do monumento estão ocultas por conta do mau estado de conservação. A obra utilitária, formada por um tanque em cantaria com cinco bicas, está com as paredes descascadas e coberta por infiltrações e pichações.


Matéria de Jacqueline Costa publicada no jornal O Globo de 24 de janeiro de 2007

Memória maltratada

Memória maltratada
Trecho de muro do século XX é destruído por britadeiras


Um marco do início do século XX, a cerca de dois metros da superfície da Avenida Presidente Antonio Carlos, no Centro, foi parcialmente destruído a golpes de britadeiras, conforme noticiou ontem Ancelmo Gois em sua coluna no Globo. O achado histórico surgiu após escavações para a construção de uma garagem subterrânea que está sendo feita pela RioUrbe e pela concessionária Auto Park. Por conta de um decreto municipal de 2003, toda a construção que envolve escavações deve ser acompanhada por arqueólogos. Mas, segundo a arqueóloga Gláucia Malerba Sene, responsável pelo monitoramento da obra, a empresa Auto Park dispensou-a em dezembro alegando que as escavações seriam interrompidas.

-- Eles continuaram sem o acompanhamento arqueológico. No dia 19, fui chamada com urgência. A remoção era necessária, mas foi inadequada -- disse.

No mesmo dia, o superintendente regional do Iphan, Carlos Fernando Andrade, embargou a construção. Depois, decidiu que dos cerca de 20 metros do muro, serão preservados apenas cinco metros em cada uma das laterais, para não impedir a passagem dos veículos. O secretário-extraordinário de Patrimônio Cultural, André Zambelli, lamentou a remoção inadequada, mas disse que a muralha não podia inviabilizar a obra. Segundo o historiador Milton Teixeira, o muro foi erguido em 1904, a mando do prefeito Pereira Passos, para conter o mar que beirava a Rua Santa Luzia.


Matéria de Jacqueline Costa publicada no jornal O Globo de 27 de janeiro de 2007

Em quem o brasileiro vota - Parte 2

Gasto extra de deputados vai a R$ 81 milhões

As despesas com extras dos deputados federais chegaram a R$ 81 milhões em 2006, dinheiro suficiente para pagar benefícios do Bolsa Família a 113 mil famílias por um ano. A verba para gastos extras, de R$ 180 mil, foi toda consumida por 74 deputados. A partir de abril, quando foi limitado o gasto com combustível, eles concentraram as despesas em consultorias.

O Globo, primeira página, 28 de janeiro de 2007

Bar Luiz

Bar Luiz: 120 anos de um patrimônio da boemia
Casa faz aniversário com festa


Uma festa, regada a chope e samba, comemorou ontem os 120 anos de um patrimônio da boemia carioca: o tradicional Bar Luiz, na Rua da Carioca. A casa recebeu clientes ilustres, como o cartunista Jaguar. A proprietária, Rosana Santos, viúva do bisneto do fundador, disse ser um orgulho conseguir manter uma tradição por mais de um século.

-- Fazer sucesso é difícil. Manter o sucesso por mais de um século é mais difícil ainda. Acho que conseguimos porque nossa filosofia é "cada dia é um novo dia" -- diz Rosana, que comanda 50 funcionários (com apenas uma mulher) e prepara uma das quatro filhas para assumir os negócios.

O Bar Luiz completou 120 anos, na verdade, no dia 3, mas como a data ficava próxima ao réveillon, a festa acabou adiada para ontem. O vice-governador, Luiz Fernando Pezão, participou da festa representando o governador Sérgio Cabral. As comemorações incluíram um desfile da Escola de Samba Estácio de Sá, na Rua Carioca, e a apresentação de um grupo de samba. Jaguar lembrou de episódios pitorescos, como no dia em que Ary Barroso impediu que o bar fosse destruído:

-- Foi durante a guerra, quando ainda era Bar Adolf, não em homenagem a Hitler, mas ao ex-dono. Como cliente assíduo, Ary impediu que manifestantes destruíssem o bar.


Jornal O Globo, pág. 15, 30 de janeiro de 2007

25 janeiro 2007

Rio Scenarium

Viva a Lapa!

A fama da Lapa chegou ao "The Guardia", o jornal inglês.
O Rio Scenarium, no bairro boêmio do Rio, é o único bar do Brasil numa lista de "dez mais" do mundo feita pelo jornal.


Nota publicada na coluna de Ancelmo Gois, O Globo, 25 de janeiro de 2007.

19 janeiro 2007

Em quem o brasileiro vota - Parte 1

Collor pede gabinete VIP à diretoria do Senado
Senador eleito quer usar prerrogativa de ex-presidente para obter espaço mais amplo



O senador eleito Fernando Collor de Mello (PRTB-AL) quer usar prerrogativa de ex-presidente da República para conquistar maior espaço no Senado. Collor quer um gabinete amplo, bem localizado e que acomode com folga sua equipe. O ex-presidente não quer ficar confinado no gabinete destinado a ele, localizado na ala Filinto Müller, próximo à biblioteca e a mais distante do plenário.

Collor pediu ao diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, que tenha direito de ocupar o gabinete do Senador Eduardo Siqueira Campos (PSDB-TO), que não se reelegeu. O gabinete é o número 3 da ala Teotônio Vilela, perto das principais comissões da Casa e mais próximo do plenário.

Collor sugeriu outra opção: quase um andar inteiro do 13o andar de um dos anexos do Congresso Nacional, onde funciona a Diretoria de Expediente. Collor quer o mesmo tratamento dado ao ex-presidente e hoje senador José Sarney (PMDB-AP), que, desde 1995, transferiu seu gabinete para esse prédio. Deveria ser temporário, mas Sarney gostou e não saiu mais.

Ele alegou precisar do espaço porque acomodará os ajudantes que trabalham com ele, e que são da cota de ex-presidente da República, e os novos que o regimento do Senado assegura. Marco Maciel (PFL-PE), Roseana Sarney (PMDB-MA), Paulo Paim (PT-RS) e Gerson Camata (PMDB-ES) também têm gabinete no prédio.

Matéria de Evandro Éboli e Adriana Vasconcellos, O Globo, p. 4, 18 de janeiro de 2007

18 janeiro 2007

Partido Verde



Eles avisaram

Ontem, o Partido Verde completou 21 anos. No inverno de Berlim, os termômetros atingiram 15 graus. No verão do Rio, não chegaram aos 28.



Nota publicada na coluna de Ancelmo Gois, O Globo, 18 de janeiro de 2007.

10 janeiro 2007

Portinari



Memória Portinari


A casa centenária da Rua Cosme Velho 343, onde Cândido Portinari morou entre 1943 e 1951, vai ser transformada no Centro Cultural Ateliê Casa de Portinari. Ela está tombada pelo Patrimônio do Município e foi cedida por um casal de empresários á família do pintor, que agora procura patrocinadores para realizar reformas. Num ateliê construído por Oscar Niemeyer no quintal da casa, Portinari fez algumas de suas obras mais importantes: os painéis para a Capela Mayrink, a Série Bíblica, para a Rádio Tupi de São Paulo, a Série Retirantes e o painel Tiradentes, para o saguão do Colégio Cataguases.

Publicado em 10 de janeiro de 2007, Coluna Gente Boa, Joaquim Ferreira dos Santos, Jornal O Globo

05 janeiro 2007

Vergonha nacional

R$ 85 mil por um mês, sem trabalhar

Neste mês de recesso, 23 deputados assumem vagas deixadas por titulares, recebendo um total de R$ 85 mil, entre subsídios de R$ 12,8 mil, R$ 3 mil de auxílio-moradia, R$ 15 mil para despesas, verbas de gabinete e passagens de ida e volta para Brasília. Eles ocupam vagas de parlamentares eleitos governadores ou empossados secretários.


Notícia publicada em 04 de janeiro de 2006 na primeira página do jornal O Globo.

Não tive condições físicas e emocionais para ler a matéria toda na página 3

02 janeiro 2007

Jornal mais antigo do mundo agora é só digital

Jornal mais antigo do mundo agora é só digital

Estocolmo: Desde ontem, o jornal mais antigo do mundo só sai na internet. O "Post Och Inrikes Tidningar", órgão sueco para anúncios empresariais e de falências, era publicado todos os dias desde 1645. Agora, ele só está disponível no site do Escritório de Registro de Empresas Suecas. Mas, para manter a tradição, três cópias serão impressas e guardadas em bibliotecas de universidades.

Jornal O Globo, Negócios & cia, 02 de janeiro de 2007